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Amazônia em Versos: Coletânea de poemas da Sexta Jornada

A Amazônia é uma terra ancestral de encantos. Ao enxergar a mata com atenção, é possível ouvir o eco do seu chamado. Ao navegar pelos grandiosos rios, encara-se um segundo céu espelhado na própria superfície da água. Ao se permitir conhecer, o canto dos pássaros, a brisa do vento, os animais e as belezas se manifestam por todas as partes, nos inspirando.


O ReFloresta, por sua vez, utiliza esse encanto para cativar cada novo participante. Durante a Jornada, os jovens possuem sua própria bagagem pessoal, trazendo consigo suas experiências vividas e talentos, que entram em união com os novos aprendizados que a Amazônia tem a oferecer. Esse encontro gera uma conexão mágica no coração de cada participante, que merece ser manifestada para o mundo. Assim, diariamente, os membros são convidados a se envolver em diferentes dinâmicas que levem essa sensação interna para o coletivo, tornando o vínculo real diante de todos que formam aquele grupo. É a construção de uma linha invisível que os une.


Essa manifestação, por muitas vezes, surge através da arte, seja por meio da observação, da representação em desenhos, da expressão corporal em danças e músicas ou pela escrita. E é a poesia que o Blog apresenta hoje. 


Os jovens participantes do Movimento ReFloresta da 6ª Jornada, durante o seu segundo dia de imersão na Amazônia, viveram o contato com o rio e horas de viagem de barco, presenciando dinâmicas que exploram sua visão de mundo como pessoal. Uma das atividades envolveu a produção de um caderno de registro, feito individualmente por cada participante para relatar as experiências durante os dias de imersão. Para inaugurar essa escrita, os jovens foram convidados a criar. Dessa forma, surgiu-se a produção de uma coletânea de poemas que pautaram a Amazônia e o início da Jornada como temática central. 


Por trás de cada poema, uma vastidão de emoções aconchega a alma de quem o lê. Transportando os leitores para aquele mesmo dia. Aqui, convido que, antes da leitura, se imagine em um barco, sinta o movimento da água que te puxa de um lado ao outro, mas sem pressa, apenas marcando presença. Permita-se viver os sentimentos dos escritores e conhecê-los dentro de cada produção. 


Os textos abaixo são uma forma plena de abraçar o novo, feitos de amor e presença:


No caminhar da própria companhia,

Fluir na busca pela presença.

No silêncio de um canto qualquer,

Ouvir o respiro do nascer do sol.

E na borda de um encontro simples

Sentir a casca que protege o novo.

Atravessá-la.

- Giulia Erhardt



O sol reflete na água, enquanto eu reflito sobre meus labirintos 

E tento me jogar no que tenho sentido

enquanto

O laranja preenche a paisagem 

Queima a pele e o coração 

Aprendo um tanto nessa viagem 

Que é a vida, e nela sou só canção 

Sai do peito e é sincera 

Como quem só se entrega 

Sente a brisa que nos leva

Muito respeito a essa terra 

E ao que Invade a vista e me preenche 

Como quem sabe o que sente 

E muitas vezes eu não sei, na maioria 

Mas esse sol me explica essas coisas q eu não sei explicar

Tipo o que tenho feito do lado de lá 

Onde o sol não se expressa como aqui 

E todos são tão distantes que fica até difícil existir 

Que deveria ser tão fácil quanto respirar 

Sabe? Às vezes é necessário deixar queimar.

- Pedro Borges


Quando pensamos em divisão, 

O atrito logo se constrói,

Físico, social, natural,

Quando ela não corrói?

Mas é na divisa do Tapajós e Amazonas, 

Que a divisão não é divisa, é construção

E lá, o meu "ver" se reconstrói.


É a distinção de cores, fluxos,

almas que vibram a Jornada, 

Os sons dos pássaros, da correnteza,

Um grito que marca chegada.

É nesse encontro de águas e amores

Que o meu olhar grita "morada".

- Akires Santos


Ei, psiu.

Tem alguém aí?

Com licença, por gentileza, posso entrar? 

Sei que você não me conhece… Eu também não te conheço. Sou apenas uma estranha, que vem das entranhas da selva de concreto.

Ei, você, que abraço gostoso! 

Parece um reencontro.

Será que já nos conhecemos antes? 

Sem querer ser pedante, mas posso me deitar com você?

Quero aproveitar…

O presente que é você

O ventre que é você

O amor que é você

É sempre assim por aqui?

Sinto muito por suas perdas

Mas também saiba que neste encontro

Vou deixar um pouco

Pois por onde passo

Deixo e recebo um tanto.

Grata por me receber.

- Karoline Sakurai


1 comentário


Q lindooo


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