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O Barracão

Um espaço de convivência para toda a comunidade, um ponto de encontro. 

Sobre

O projeto se desenvolveu através de trocas, dinâmicas e oficinas realizadas na primeira jornada do movimento reFloresta, onde em seu último dia na aldeia, o grupo de jovens se une as lideranças locais e moradores para refletir sobre ações e visões de futuro que beneficiariam a comunidade. Assim, surge o projeto de restauro do barracão de Atodi. 

O barracão é considerado o coração da aldeia, sendo vital para o desenvolvimento artístico, cultural, social e político dos moradores. Ao escutarmos depoimentos sobre a situação do espaço, foi expressada uma falta de vínculo ao espaço, por não refletir mais a aldeia, pelo estado que se encontrava, um equipamento degradado e precário, apresentando um enfraquecimento que refletia em quem mais necessitava do espaço. 

A ideia de restauração do barracão se dá entre funcionalidades físicas e de alma, no sentido de que é necessário que se transpassem as características culturais de Atodi, mas também sejam úteis e duráveis, um local onde novos usos poderão ser explorados, além de um barracão para eventos,  por que não um centro cultural de atodi?

Entendemos essa restauração não somente como algo tangível, um barracão e seu espaço físico, mas sim como forma de resgate cultural e senso de coletividade na aldeia, onde por meio dessa base de união forte, podemos alcançar novos sonhos de Atodi.

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Projeto arquitetônico

E programa de necessidade

A ideia central, é resgatar através da forma das coberturas, uma identidade única em algumas comunidades indígenas, onde através da observação, foi bastante notável em Atodi. Assim, dividimos a cobertura atual em três águas (coberturas), mantendo uma grande circulação central. Usamos a estrutura existente como base, e a partir disso, aumentamos a altura geral do barracão para uma média de 6 metros. As paredes que indicamos para serem removidas, serão reestruturadas com elementos vazados de cerâmica ou madeira. 

As decisões e propostas que discutimos com a comunidade, se basearam no programa de necessidades que montamos a partir de encontros. Nisso, o projeto busca atender a algumas demandas e espaços. Pesamos em unificar o espaço e torna-lo uma área livre que pudesse acomodar diversas atividades e que garantisse grandes eventos, assim temos o espaço central de convivência de aproximadamente 400m², que se vincula a outros espaços integrados, como a cantina/bar, responsável por atender visitantes que estejam dentro ou fora do barracão, e também se integra ao palco, onde ocorre atividades culturais como as apresentações de carimbó. Nas áreas periféricas do barracão, temos a proposta de bancos em madeira, e ao lado do palco, dois sanitários com bancadas de apoio do lado externo. 

A fim de trazer aspectos que beneficiem a comunidade e que possamos preservar a biointeração presente na comunidade, temos dois sistemas para tratamento de águas e saneamento básico. O Círculo de Bananeiras, é um sistema ecológico simples de tratamento de águas residuais leves (águas provenientes de pias, chuveiros e máquinas de lavar) usado principalmente em áreas rurais ou permaculturais para tratamento das águas da cantina/bar e também a implantação de Fossa Séptica Biodigestora, que é uma alternativa sustentável para o tratamento de águas residuais sanitárias (provenientes de vasos sanitários). O sistema utiliza três caixas d’água conectadas, onde ocorre a decomposição da matéria orgânica por meio de bactérias anaeróbicas (sem oxigênio), transformando os resíduos em biofertilizante líquido.

Atuamos como uma ferramenta pra comunidade, onde muitas ações e decisões projetuais foram realizadas a partir de técnicas e materiais locais, o que permitiu uma identidade própria para o barracão, uma premissa que tínhamos e que seguiu durante todos os processos de projeto.

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Arrecadação de fundos

A sensação de voltar para “casa” após uma semana em Atodi, teve muito significado porque estávamos com um senso de urgência enorme, tínhamos a ideia, o projeto a ser desenvolvido, e também como financiar os custos desse projeto que se tornou a prioridade do movimento na época. 

Assim, diversas formas foram responsáveis para arrecadar fundos e iniciar o projeto, como doações por meio de patrocinadores do movimento e rifas. Martin (um dos fundadores do Movimento reFloresta) sempre comenta que o Movimento reFloresta se trata de como contamos essa história, como motivamos outras pessoas por meio de palavras e ações a apoiarem as causas defendidas por nós. A equipe de comunicação foi responsável por contar essa história e mostrar o projeto, falar sobre a transformação que o apoio a esse grande puxirum poderia ser capaz, e isso foi o essencial para arrecadar o necessário para iniciar o projeto.

A liderança do projeto

E trabalho a distância

A equipe de projeto do barracão, se iniciou desde a oficina, onde todos foram essenciais nos processos de desenvolvimento, contando com um grupo formado entre os integrantes da primeira jornada e comunitários de Atodi. O Grupo foi formado a partir do interesse e conhecimentos sobre arquitetura dentre os integrantes. Nisso, o integrante do Movimento reFloresta Neske, atuou como arquiteto responsável pelo projeto e representações técnicas como desenhos de projetos básicos e ilustrações, contando com o apoio de Laura, Rodrigo e Martin como coordenadores e responsáveis pela articulação entre o grupo e a aldeia de Atodi.

 

Em Atodi, tivemos as lideranças que acompanharam o processo e decisões, sendo a Cacique Dirleide, Nilson, Kleny e Almir como responsável direto na obra e execução do projeto. No grupo de elaboração de projeto, tivemos Julia Brasilino, Gabriela, Rosa, Caio, Maria, Messias e Nai. Essa equipe foi responsável pela fase que se encontra hoje, faltando algumas partes, mas que já acomoda atividades no novo barracão de Atodi.

A comunicação direta com Atodi foi um desafio, pois enquanto estávamos na aldeia, as conversas e trocas se realizavam através de oficinas, conversas e debates, mas ao fim da jornada, essa comunicação se limitou a reuniões online semanais, mesmo com a dificuldade de acesso a internet, conseguimos nos programar para atender as necessidades e realizar as reuniões.

Esses encontros foram fundamentais para discutir as visões de futuro que cada um tinha sobre o espaço, o que era esperado, quais os sonhos cada um tinha para esse projeto. As primeiras conversas refletiam um desejo local por uma arquitetura que não refletia toda a riqueza arquitetônica e vernacular encontrada nas construções de Atodi, e sim algo que era semelhante a representações arquitetônicas religiosas.

 

Esse assunto, delicado foi conversado com a comunidade, com intuito de mostrar que as produções locais, possuem muito mais valor que um projeto “urbano” que não se integra ao espaço e a aldeia. Essas reuniões foram essenciais para essas trocas e opiniões, valorizando a sabedoria tradicional e o patrimônio cultural da comunidade, tornando a restauração do barracão não apenas uma questão de infraestrutura, mas também um meio de fortalecer a conexão da comunidade com suas raízes culturais e o ambiente natural ao seu redor.

A primeira proposta de projeto foi apresentada presencialmente, em um encontro liderado por Martin e Rodrigo, onde foi escolhida uma das opções de projeto que oferecemos a Atodi, e a partir disso, iniciarmos as obras.

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Onde estamos agora

E próximos passos

Estamos na reta final de finalização do Barracão, após a cobertura ter sido instalada parcialmente, restando apenas uma das três coberturas a serem implantadas, o Barracão já serviu como local para diversos eventos culturais e educacionais como mutirão de documentação, vacinação, sala de aula, festas, cinema e tem potencial para muito mais!

Retificada na Oficina do Futuro da 6ª jornada reFloresta, entramos agora na fase de finalização do Barracão.

 

A infraestrutura se encontra em um nível final, mas ainda temos questões internas, mobiliários, peças sanitárias, de serviço e apoio, além de acabamentos como painéis vazados, bancos, pintura e todos os detalhes que esse espaço merece.

 

O projeto do barracão foi dividido em três etapas:

 

1. DESFAZER A ESTRUTURA COMPROMETIDA E CONSTRUÇÃO DO TELHADO | realizada parcialmente

 

2. BANHEIROS, SANEAMENTO BÁSICO E INFRAESTRUTURA HIDRÁULICA

 

3. REFORMA DO CHÃO, PAREDES, PARTE DO TELHADO, BALCÃO E ACABAMENTOS

 

A missão é arrecadar o que necessitamos para dar continuidade! Torne-se um colaborador e nos ajude a concluir esse sonho!

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