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Quinta jornada reFloresta

Entre os dias 18 e 25 de janeiro de 2025, a 5ª Jornada do Movimento reFloresta reuniu mais de 10 jovens de diferentes cantos do Brasil para viver uma imersão transformadora na Amazônia. O encontro aconteceu na Aldeia Atodi, às margens do Rio Arapiuns, que acolheu o grupo com carinho e abertura para compartilhar seus saberes e modos de vida ancestrais.

 

Durante sete dias, os jovens mergulharam em uma rotina de conexão com a floresta, com a comunidade e entre si. Lá, vivenciaram o turismo de base comunitária não como visitantes, mas como aprendizes de uma realidade que, embora pareça distante, aponta caminhos para um futuro onde natureza e ser humano caminham lado a lado.

 

Entre os momentos mais significativos, esteve o Puxirum, realizado com a comunidade para dar continuidade à reforma do barracão do território, um espaço de convivência essencial para os encontros e celebrações da aldeia. Mãos dadas, risos compartilhados e o trabalho conjunto traduziram na prática o espírito de coletividade que sustenta a vida em Atodi.

Ao final da jornada, cada jovem levou consigo não apenas memórias, novas amizades e registros fotográficos, mas, principalmente, ideias-sementes prontas para germinar em seus territórios, nutrindo a esperança de que um futuro diferente e possível só se constrói em coletivo.

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Aprendizados

Entrar em Atodi é desbravar um portal que resguarda a realidade de grande parte do território brasileiro, ilustrando os diferentes "Brasis" presentes na nação. "Somos inertes em uma nova modalidade de tempo, aquele que vai muito além dos relógios, mas que demonstra a profundidade que é aprender a viver mil dias em apenas um, o "Tempo de Kairos"."

 

Em cada um desses dias, foi apresentado que a Amazônia é muito mais do que apenas florestas, ela é formada por quilômetros de grandiosos rios, por pessoas que tem amor pelo seu território e tiram dele o sustento de suas realidades. Os jovens conheceram, na prática, o sustento das famílias através da produção de roçados de mandioca, milho e de seus derivados, também entenderam sobre a modalidade do turismo comunitário e todo o processo de tornar a comunidade um espaço adaptável para receber diversos visitantes.

 

Os participantes passaram a descobrir, de perto, a expressiva fauna - como botos, cutias, macacos - e a flora brasileira, por meio de plantas medicinais e uma diversidade de tipos de árvores que enriquece a memória dos visitantes através da variedade de frutos e sementes, que vão desde o pequeno tento até o delicioso cacauí.

 

Apesar da infinidade de belezas, os integrantes da Jornada vivenciaram de perto a luta que é manter a floresta de pé. Foram apresentadas as histórias de ativistas, como Samuel e Eliza, e todo o processo que é atuar na linha de frente contra a devastação que dilacera a Amazônia Legal e coloca em risco o território em que eles vivem. Essa luta não se restringe apenas a uma esfera ambiental, mas educacional, social e econômica. São processos que precisam ser melhorados e, em um espaço de luta, a melhoria vem apenas com persistência.

 

Os voluntários também persistiram, mas em aprender a enxergar o mundo através de uma nova forma, a enxergar com a alma. Foi necessário se concentrar, ouvir o que os sons da mata têm a dizer e abrir a janela da mente para recebê-los. Tudo é conexão - individual e coletiva. É sobre aprender a enxergar o que sempre esteve diante de todos.  

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Puxirum: a continuidade do barracão

Atodi é uma terra de pessoas com grandes sonhos, todos acreditam na possibilidade de torná-los reais e dedicam-se coletivamente para que isso aconteça. Durante a 5° Jornada, cada participante teve a chance de sonhar ao lado dos comunitários e espelhar esse desejo em uma forma física: a continuidade da construção do Barracão.

 

O Barracão é o coração de Atodi. Ele se localiza bem no centro da comunidade e é um espaço que marca o elo de cada morador como um grupo. É lá onde acontecem comemorações de datas especiais ou outros eventos que alimentam a união, como bingos e outras festividades. Antigamente, esse espaço estava extremamente prejudicado pela ausência de manutenção. Assim, durante a 1° Jornada, foi idealizado o que viria a ser o novo Barracão, trabalho que permanece sendo abraçado pelo Movimento ReFloresta, como na 2ª e 5ª Jornada.

 

Para iniciar os trabalhos, os jovens foram mobilizados sobre a importância que é dedicar-se inteiramente ao mutirão, respeitando os próprios limites do corpo, afinal, o bem-estar coletivo permanece sendo prioridade. Sob orientação do Sr. Nilson e Edno, alguns do comunitários presentes, e da coordenação do Movimento ReFloresta, composta por Rodrigo e Laura, os voluntários foram divididos em dois grupos distintos.

 

O primeiro tornou-se responsável pela pintura do ambiente. Havia diversas paredes aguardando as primeiras demãos de tintas que, ao longo do dia, ganharam tons de azul e branco que tornaram o ambiente expressivo e aconchegante, dando uma nova "cara" ao Barracão. Enquanto as primeiras paredes secavam, frases e grafismos tradicionais foram produzidss por Samuel, um dos jovens de Atodi, permitindo que o ambiente se torne sinônimo de identificação e cultura. É importante destacar que cada padrão de grafismo representa um povo, ilustrando o quão diverso a cultura ancestral é.

 

Para se produzir uma sólida construção, é necessário um bom alicerce e, com o nosso puxirum, não é diferente. No segundo grupo, os jovens foram levados a sair da sua zona de conforto e colocar um maior esforço braçal na atividade. A função consistiu em recolher baldes de areia da praia e reuní-los próximo ao Barracão. É um trabalho que, apesar de parecer simples, tem uma importância imensa para a continuidade da construção de futuras etapas do projeto, mesmo em épocas de cheia em que as praias se tornam escassas. 

 

Os grupo trabalharam de maneira simultânea com um sistema de revezamento definido. A ideia era que todos os participantes pudessem contribuir em ambas as funções, deixando sua marca em cada parte do "Coração de Atodi". Todo o esforço foi feito com muito carinho e diversão do início ao fim. Era comum ouvir trilhas sonoras cantadas pelos próprios voluntários, comprovando a intimidade do vínculo durante o mutirão e o afinco por auxiliar em uma tarefa tão crucial.

 

No fim do dia, o sentimento de missão cumprida se manteve estampado em cada olhar fadigado, era a prova de que a 5° Jornada havia concluído mais uma etapa de sua missão em Atodi. A gratidão e orgulho vibravam no ar, novas amizades foram construídas e, agora, a palavra "Puxirum" ganhou um novo significado, ele se tornou sinônimo de "força em prol de Atodi". Assim, para comemorar, o rio esperava com suas águas de afeto.

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