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Sexta jornada reFloresta

A jornada ocorreu do dia 2 ao 9 de julho de 2025, sendo a 6ª jornada do movimento, a 3ª do ano e a 4ª na Aldeia de Atodi. No total foram 42 jovens, sendo 24  amazônidas e 18 vindos de outros cantos do Brasil. Foi na confluência desse encontro que traçaram dias extraordinários, onde juntos compartilharam suas vivências, ensinaram e aprenderam uns com os outros e sonharam um futuro que parte do princípio que a floresta de pé vale mais do que qualquer coisa. 

 

Navegaram debaixo do céu azul e de uma noite estrelada, entrando no Rio Arapiuns, onde seria o destino final, Atodi. Chegando lá, foram calorosamente recebidos por essa linda comunidade, tão aberta a recebê-los e mostrar-lhes sua identidade, força, desafios e resiliência.

 

No dia seguinte, viveram ⁠um dos pontos altos da jornada: o dia da trilha. Tiveram a experiência de conhecer a encantadora floresta Amazônica pelos olhos dos comunitários que apresentaram muitos frutos, árvores medicinais e plantas. Foram até o mirante, que proporciona uma vista de tirar o fôlego! Ainda se refrescaram no igarapé e atravessaram o igapó de canoa, uma experiência inesquecível.

 

⁠⁠No quarto dia, tiveram o prazer de conversar com algumas lideranças de famílias locais. Foram divididos em grupos, e cada um foi em direção a uma casa para conversar com um membro da comunidade. Aprenderam muito sobre a saúde local e sua relação direta com a alimentação, percebendo a importância dos laços familiares, do trabalho voluntário e da solidariedade na construção de uma comunidade forte. Sobretudo, viram o quanto o território está em disputa, com pressões externas que visam enfraquecer a comunidade, adoecendo-a, desunindo-a e dificultando o acesso ao estudo.

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Puxirum: semeando a horta comunitária

A materialização da coletividade e solidificação dos laços criados durante a 6ª jornada ocorreu com o Puxirum. Do Tupi-Guarani, que significa “mutirão”, foi realizada a construção da horta comunitária, que encontra-se na escola municipal de Atodi. 

Este foi um momento muito marcante e especial, onde os jovens e a comunidade puderam trabalhar em comunhão. Divididos em 4 grupos, alguns ficaram na parte da marcenaria, construindo as bases para colocar a terra preparada por outra frente, enquanto os outros dois grupos coletaram palha e troncos para a cobertura da horta. 

A Escola Nossa Senhora das Graças foi reformada e entregue pela Prefeitura de Santarém em dezembro de 2024. O educandário, construído em 1955, nunca havia sido reformado. A realização da horta no espaço educativo chega para somar com as conquistas da comunidade e representa avanço na acessibilidade e direitos dos atodienses. 

Além de muito suor e esforço, o Puxirum foi recheado de muitas trocas, sorrisos e aprendizados. Entende-se que é sobre dar e receber e, principalmente, escutar a comunidade para a idealização e composição dos mutirões. Assim, com a colaboração de muitas mãos, a vida foi semeada na horta comunitária.

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A Noite Cultural

Na noite do dia 7 de julho,  a comunidade de Atodi foi convidada para a Noite Cultural: uma digna celebração da jornada que se aproximava do fim. Entre rodadas de bingo apresentadas com entusiasmo por Jocivaldo, presidente da Associação de Moradores da Comunidade de Atodi, apresentações das mais diversas aconteciam no enorme barracão da aldeia. Entre músicas no violão, poesias, batalhas de rima, performances de teatro e danças de Carimbó, crescia ali uma consciência dolorida da saudade que estava por vir. 

A diversidade das apresentações foi uma verdadeira síntese do que os jovens aprenderam sobre o reFloresta ao longo da sexta jornada. A mudança social não vem de uma prestação de ajuda unilateral, mas sim da troca entre culturas, comunidades e indivíduos. Aprenderam com Atodi, enquanto Atodi também aprendeu com o grupo. Ao mesmo tempo que testemunharam a surpresa da comunidade ao entender o quanto queriam aprender sobre eles, também se surpreenderam com a vontade calorosa deles de conhecê-los. Tiveram a chance de entender a vida dos atodienses e lhes contar sobre a deles, de igual para igual. 

Perceberam a diferença entre assistir à uma apresentação de dança tradicional indígena quando conhecem o nome e a história de quem veste aquela roupa e faz aquela coreografia. Quando sabem quem são Sabrina e Sofia pintadas com aquele jenipapo, por exemplo. Entendem como o Carimbó é mais bonito quando guiado por Samuel. Estrelado por Maísa, por Messias. Como uma batalha de rima é mais engraçada quando a Dirleide e o Jadir estão participando.

Como se o show de cultura não fosse o suficiente, o show de emoções na ciranda final foi mais especial ainda. A música apresentada no primeiro dia de viagem e tocada todas as manhãs ao longo dos dias, foi cantada em um lindo coro entre todos os amigos que a jornada trouxe. Ainda não satisfeitos, dançaram a quadrilha paraense e se divertiram até que o cansaço os expulsasse do barracão, com lágrimas de despedida. Começou a cair a ficha de que a jornada estava no fim, mas também de que ela estava apenas começando. O significado de ser reFloresta se tornou cada vez mais claro.

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